A DeepSeek AI é a mais nova inteligência artificial generativa da China e já vem chamando atenção no cenário internacional. Semelhante ao ChatGPT, seu modelo, chamado DeepSeek R1, promete um desempenho comparável ao GPT-4 o1 da OpenAI, mas com uma grande vantagem: um custo de desenvolvimento drasticamente menor—apenas US$ 6 milhões, frente aos mais de US$ 100 milhões investidos pela OpenAI.

O que torna o DeepSeek R1 diferente?

O grande diferencial do DeepSeek R1 está em sua abordagem de raciocínio incremental, semelhante ao modo como os humanos resolvem problemas. Além disso, sua tecnologia foi desenvolvida com uma estratégia eficiente, combinando chips de alto desempenho com opções mais acessíveis, ao contrário das empresas ocidentais, que dependem fortemente da Nvidia.

Impacto no mercado: Nvidia em queda

O sucesso da DeepSeek gerou incertezas entre investidores, desafiando a noção de que apenas chips de última geração podem sustentar inteligências artificiais avançadas. No dia 27 de janeiro de 2025, a notícia do avanço da DeepSeek impactou o mercado financeiro, derrubando o índice Nasdaq em 3%, afetando diretamente empresas de semicondutores e IA.

A Nvidia, que recentemente havia se tornado a empresa mais valiosa do mundo, viu seu valor de mercado despencar de US$ 3,5 trilhões para US$ 2,9 trilhões, permitindo que Apple e Microsoft reassumissem a liderança. Especialistas acreditam que a eficiência da DeepSeek pode pressionar gigantes como OpenAI e Nvidia a justificarem os altos custos de suas tecnologias.

Privacidade e segurança: reguladores em alerta

Governos ao redor do mundo já manifestaram preocupações com privacidade e segurança em relação ao DeepSeek. Na Austrália, a IA foi banida de dispositivos governamentais, e no dia 30 de janeiro, a Itália bloqueou o aplicativo, exigindo que a empresa cessasse o processamento de dados de usuários italianos.

O motivo do debate? Os dados da DeepSeek são armazenados em servidores na China, levantando suspeitas sobre possível monitoramento estatal e o acesso do governo chinês a informações dos usuários.

Reações internacionais e possíveis consequências

O avanço da DeepSeek repercutiu globalmente. O atual presidente dos EUA, Donald Trump, classificou a inovação como um "alerta", defendendo que as empresas americanas acelerem seus investimentos em IA para manter a competitividade.

Enquanto isso, a mídia estatal chinesa celebrou a DeepSeek como um marco na independência tecnológica da China. No entanto, especialistas alertam para o risco de fragmentação do mercado de IA, onde sistemas chineses e ocidentais evoluem de forma isolada, dificultando a colaboração internacional.

Controle de conteúdo

Assim como outras inteligências artificiais chinesas, como Ernie (Baidu) e Doubao (ByteDance), o DeepSeek evita temas politicamente sensíveis. Quando questionado pela BBC sobre o Massacre da Praça da Paz Celestial, a IA se recusou a fornecer detalhes, refletindo a rigorosa censura do governo chinês.

Essa postura levanta questionamentos sobre viés algorítmico e limitação do acesso à informação, o que pode afetar a credibilidade do DeepSeek para usuários que buscam uma visão imparcial dos acontecimentos mundiais.

Quem está por trás da DeepSeek?

A DeepSeek foi fundada em dezembro de 2023 por Liang Wenfeng, um empresário com experiência tanto em tecnologia quanto em finanças. Antes de criar a IA, Liang liderou a High-Flyer, um fundo de hedge inovador que utilizava inteligência artificial para negociação quantitativa na China.

Agora, com a DeepSeek, seu objetivo é posicionar a China na vanguarda da inovação tecnológica, consolidando o país não apenas como um seguidor, mas como um líder global no setor de inteligência artificial.

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Quer saber mais sobre o impacto da DeepSeek AI? Leia o artigo completo da BBC aqui.