Uma nova investigação sobre restos esqueléticos de adolescentes da Idade do Gelo revela que o processo de puberdade desses jovens antigos era surpreendentemente semelhante ao dos adolescentes modernos. O estudo oferece insights inéditos sobre como estes jovens viviam e se desenvolviam num período pré-histórico, frequentemente associado a condições de vida difíceis.

Quando Iniciavam a Puberdade os Adolescentes da Idade do Gelo?

A análise de ossos e dentes de 13 adolescentes da Idade do Gelo, utilizando um método desenvolvido pela investigadora Mary Lewis, da Universidade de Reading, mostrou que estes jovens começavam a puberdade por volta dos 13,5 anos e atingiam a idade adulta entre os 17 e os 22 anos. Este cronograma alinha-se com o observado em adolescentes de países desenvolvidos atualmente.

Os investigadores usaram a mineralização dos dentes caninos e a maturação de ossos específicos — como os das mãos, cotovelos, pulsos, pescoço e pélvis — para determinar em que estágio da puberdade cada indivíduo se encontrava.

Desenvolvimento Saudável Surpreende Investigadores

Contrariando a expectativa de que adolescentes da Idade do Gelo enfrentavam condições de saúde adversas, os esqueletos analisados indicam um desenvolvimento saudável durante a puberdade. Isto desafia a visão de que as severas condições de vida pré-históricas teriam afetado drasticamente o crescimento e o desenvolvimento físico destes jovens.

Um dos casos mais fascinantes foi o de Romito 2, o indivíduo mais antigo com nanismo já descoberto. Ao analisar os seus ossos, os cientistas concluíram que ele estava no meio da puberdade. Apesar da sua aparência juvenil, devido à baixa estatura, Romito 2 provavelmente já tinha desenvolvido características adultas, como uma voz mais grave e capacidade reprodutiva. Isto levanta questões sobre como era percebido na sua comunidade, dado o seu corpo juvenil mas com características de um adulto.

Desafios e Limitações

Apesar dos achados importantes, o estudo enfrentou algumas limitações. Apenas 13 esqueletos foram analisados, o que restringe a generalização dos resultados para toda a população adolescente da Idade do Gelo. Além disso, a investigação baseou-se em marcadores esqueléticos indiretos para inferir os estágios da puberdade, o que pode não refletir toda a variabilidade no desenvolvimento entre diferentes ambientes ou populações da época.

Expansão e Novos Rumos na Investigação

Os cientistas planeiam expandir a análise para incluir mais esqueletos de diferentes regiões e investigar mais detalhadamente como o desenvolvimento físico dos adolescentes da Idade do Gelo influenciava os seus papéis sociais nas comunidades. Além disso, pretendem aplicar estes métodos a outros períodos pré-históricos para mapear a evolução do desenvolvimento humano ao longo do tempo.

Este estudo pioneiro abre novas perspetivas para compreendermos melhor não apenas a biologia dos nossos ancestrais, mas também os papéis que desempenhavam nas suas sociedades.

—

Descubra mais sobre como os adolescentes da Idade do Gelo experimentaram a puberdade de maneiras surpreendentemente similares aos jovens modernos. Leia o artigo completo aqui.